RÚBRICA MAIS DO QUE DANÇA

Igualdade de Género na Dança

Decidindo pegar no Dia Internacional da Mulher que se aproxima, hoje a rúbrica será direcionada às nossas lindas seguidoras! =)

 Sendo rapariga e bailarina, alguma vez sentiste que duvidaram das tuas capacidades para certos estilos e/ou movimentos?

Alguma vez foi-te impingido um estilo de dança e/ou movimento por seres menina e teres mais “facilidade” em fazê-lo?

Quando vais a alguma festa dançar, alguma vez te sentiste intimidada pelos olhares e não dançaste livremente por isso?

Se respondeste Sim a alguma das perguntas anteriores, este Post é para ti!!

Todas estas situações se devem a uma grande discrepância no que diz respeito à igualdade de género na dança. Toda a vida, desde os estilos mais antigos até à atualidade, as pessoas foram obrigadas a seguir certo tipo de “regras” que foram criadas e nunca contestadas até há bem pouco tempo. Como por exemplo: 

  • No Ballet, o homem é sempre quem faz os grandes saltos e movimentos mais arriscados, enquanto a mulher fica encarregue dos movimentos mais delicados e frágeis;
  • Nas danças de salão, é maioritariamente o homem que conduz a mulher durante toda a sequência e, quando há lifts, é sempre o rapaz a carregar a rapariga e nunca o contrário;
  • No Hip-Hop, mais especificamente no Breaking, é muito mais comum encontrarmos rapazes a praticar este estilo do que raparigas, porque se parte sempre do princípio que os rapazes têm mais força. No entanto, quando são músicas de Vogue, Waacking ou Funk as mulheres lideram porque são estilos mais “femininos”.

Tudo isto acontece pela imagem que a sociedade atribui a cada um dos géneros: fragilidade e delicadeza no feminino que contrastam com o poder físico e a força no masculino. Não que não seja verdade em algumas situações, até porque a nível genético pode haver mais predisposição para certo tipo de competências. No entanto, não deveria ser predefinido aquilo que deves ou não fazer, sendo que toda a gente deveria ter o direito de experimentar e decidir com o que mais se identifica, desenvolvendo assim todas as competências necessárias com mais ou menos trabalho. E cabe a nós professores criarmos oportunidades iguais para todos os alunos, encorajando-os assim a saírem da sua zona de conforto e daquilo que inicialmente lhes foi atribuído.

Há rapazes que são máquinas no Waacking e na precisão de movimento que exige, como existem raparigas que são bgirls reconhecidas pela técnica que desenvolveram com imenso treino! Todos nós temos o dever de quebrar os estereótipos criados pela sociedade, afirmando que não existem movimentos nem qualidades específicas para cada um dos géneros. O que existe é um bailarino com uma tela em branco que tem que desenvolver capacidades e competências da mesma natureza, de forma a conseguir singrar no mundo artístico e ter o máximo de ferramentas de trabalho para os desafios que o futuro propuser.

Posto isto, termino a incentivar toda a gente a experimentar tudo o que for do seu interesse, dancem sem medo de julgamentos, sem receios, façam a diferença! Aliás, não só na dança como na vida pessoal, até porque o lugar de uma mulher é ONDE ELA QUISER!!


                                                                                         Mariana Costa